O marginalizado de bem

Durante nossas vidas formamos relações com outras pessoas. Normalmente, o ser humano se aproxima de outras pessoas pelo interesse relacionado ao que a outra pessoa tem a oferecer. Por exemplo: Podemos formar vinculos de amizade com pessoas porque elas nos fazem rir, ou porque nos sentimos bem com tal aproximação. No entanto, nem toda relação se baseia apenas em aproximação com pessoas que nos fazem sentir-se bem! Como será discutido a seguir:

A maioria das pessoas têm relações parentescas com seus familiares, inclusive, com os pais e irmãos. Nem sempre essas relações são fáceis. Inevitatelmente, quando pessoas moram juntas, seja porque compoem uma família, seja porque dividem o mesmo apartamento ou casa, têm relações que os aproxima e precisam conviver bem para que não se sintam infelizes por estarem próximos. As vezes, por exemplo, um relacionamento amoroso pode se tornar insuportável ao ponto dos cojuges procurarem a separação ou, simplesmente terminar o relacionamento, caso não haja uma união registrada em cartório ou igreja. Então, podemos pensar: O que fazer quando temos de conviver com pessoas que não gostamos porque, de algum modo, nos fazem sofrer. Não há resposta trivial para tal pergunta! Os próprios envolvidos na relação devem identificar o estado atual do relacionamento e, então, decidir pela separação ou fim da convivência, se possível o abandono que consiste na separação.

Existem, também, as relações de trabalho, onde, temos que lidar com colegas de trabalho, mesmo que, as vezes, aconteçam discordâncias. As relações de trabalho, muitas vezes se baseiam em algum interesse financeiro, isto é, funcionários de uma empresa buscam promoções e cargos mais elevados do que o que já ocupam e, por isso, podem se aproximar, apenas, de pessoas na empresa que possam oferecer boas oportunidades. Claro que, mesmo no trabalho, também é possível estabelecer um relacionamento de amizade verdadeira.

Quando conseguimos uma amizade saudavel e feliz, devemos mante-la boa para que isso nos faça sentir-se melhor. Não podemos permitir o desgaste da relação! É muito bom ter aproximação com pessoas que nos fazem sentir-se bem. Então, surge a questão: Essa relação de amizade verdadeira é, também, baseada no interesse? Nós nos aproximamos de pessoas com o interesse de que a convivência seja boa e feliz. E quando o próximo que poderia ser um amigo fiel não tem nada a oferecer? Não é popular, não sabe ser engraçado nem demonstra inteligência que possa despertar admiração! Alem disso, é pobre e está desempregado. Quem se interessaria em estabelecer uma relação de amizade com alguém assim? Um marginalizado. Eu, particularmente, busco identificar esse tipo de pessoa que não tem nada a oferecer e, se possível, estabeleço alguma relação de coleguismo. Acho que podemos ser simpáticos e tratar bem pessoas que não têm nada a oferecer. Vale salientar que nem sempre isso acontece por parte da maioria das pessoas. Muita gente, quando têm aproximação com alguém que não tem nada a oferecer, trata-lhe como alguém sem valor e, por isso, não dedica nenhuma atenção a tal próximo.

Ao falar das relações entre pessoas, claro, podemos também lembrar do amor ao próximo ensinado por Jesus. Mas, o que seria amar ao próximo? Seria tratar-lhe com respeito e dignidade, mesmo que tal próximo não tenha nada a oferecer? Talvêz! Se todas as pessoas fizessem assim, não visassem apenas relações baseadas no interesse, esse mundo seria melhor, as pessoas seriam mais felizes, mesmo quem tem uma condição social inferior a da maioria das outras pessoas teria mais meios de buscar a felicidade.

Assim, termino esse texto escrito, colocando em destaque o amor ao próximo que, a meu ver é a relação sem o menor interesse que permite que pessoas de baixa condição financeira sejam tratadas com dignidade e, até, com ajuda em relação a suas necessidades básicas. Seria ideal que a sociedade fosse organizada de modo a melhorar a qualidade de vida dos marginalizados de bem e, até mesmo, se possível, recuperar o bom caráter daqueles que seguiram um mau caminho. Claro, o bom carater deve ser praticado primeiro por nós para que, então, possamos buscar dispertar o bom caráter em outras pessoas.